Marx não rejeitava metafísica. Ele era apenas contra a ideia de que a realidade dependia da nossa percepção da metafísica e ideias fixas absolutas. No lugar ele defendia a relação entre indivíduos em sociedade como teoria (Naturalismo).
Marx não discordaria de algumas das crenças do materialismo, mas é duvidoso que ele atribuísse tanta importância a elas quanto os séculos XVIII e XIX ou como os materialistas dialéticos contemporâneos fazem. Pois é correto dizer, como Marx enfatizou em Manuscritos Econômicos e Filosóficos de 1844, que o "naturalismo ou humanismo consistente" deve ser distinguido não apenas do idealismo, mas também do materialismo. A atitude filosófica básica de Marx diferia do materialismo absoluto e redutivo, a única forma de materialismo conhecida na época, e poderia ser melhor descrita como naturalismo, um nome classificatório que ele mesmo escolheu. A esse respeito, Marx era um feuerbachiano, pois foi Feuerbach quem declarou sua indiferença a todas as escolas filosóficas anteriores e afirmou que sua própria filosofia, preocupada com o homem, não era materialista nem idealista. A natureza é um conceito mais abrangente do que a matéria. Inclui matéria e vida, corpo e mente, os movimentos de objetos inanimados e os vôos da paixão e da imaginação. 'Natureza', escreveu Santayana, 'é material, mas não materialista', um comentário que pode ter vindo de Feuerbach ou de Marx.
https://www.marxists.org/subject/marxmyths/jordan/article2.htm
[...]Marx não escondeu o fato de que apesar das inconsistências de Epicuro ele o colocou acima de Demócrito e simpatizou com o primeiro e não com o segundo. [...] Embora Marx admirasse Epicuro porque ele nunca levantou a questão do conhecimento absoluto, ele o admirava ainda mais por outras razões. Enquanto Demócrito estava exclusivamente preocupado com o átomo como uma "categoria pura e abstrata" e com o atomismo como uma hipótese destinada a explicar os fenômenos da natureza física, Epicuro estava ansioso para entender a natureza a fim de ajudar o homem a se livrar do medo e da escravidão espiritual. [...]. Epicuro, escreveu Marx, foi "o maior iluminador grego (Aufklarer)", o fundador da "ciência natural da autoconsciência do homem", cuja filosofia, ao contrário da de Demócrito, continha um "princípio revigorante"[4]. Este princípio revigorante foi a qualidade naturalista do pensamento de Epicuro, sua concepção do mundo formulada em termos apropriados à descrição da experiência e das atividades do homem no mundo. Como na filosofia de Epicuro a natureza e o homem podiam ser descritos e explicados nos mesmos termos, não havia um abismo que dividisse o mundo da natureza e o dos assuntos humanos.