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Casual Portugal - Povoação independente de política, mau humor e hostilidade

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Casual "Portucalense" - povoação independente de política, mau humor e hostilidade.

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The original was posted on /r/casualpt by /u/DepthNecessary2866 on 2024-12-03 02:37:13+00:00.


Quero partilhar e deixar um alerta para quem estiver neste momento a passar por algo semelhante, e partilhar o desfecho de um relacionamento de 9 anos.

Apaixonei me por uma mulher que eu acreditava ser a mulher “perfeita”, a mulher de sonhos de qualquer homem, uma mulher encantadora, trabalhadora, poupada (aprendi com ela), com objetivos de evoluir na vida, como encontrar um trabalho estável ter progressão de carreira, comprar casa, carro, construir uma família, e com uma força de vontade abismal.

Os primeiros anos do relacionamento foram relativamente saudáveis, apesar de que ela dependia muito do apoio emocional, validação da família, e envolvia-se demasiado nos problemas da família dela, tínhamos uma ou outra discussão dentro do relacionamento que fazia parte, o que era considerado normal, mas conseguíamos nos entender. Conseguimos juntar dinheiro suficiente para comprar cada um bom carro, sem créditos, atravessamos as dificuldades e conseguimos comprar a casa, e tínhamos sempre as nossas poupanças. Sem filhos. Tínhamos tudo para dar certo. Senti que estávamos os dois a lutar pelo mesmo até esse ponto, e foi aí que as coisas começaram a degradar.

Ela inicialmente estava disposta a ser mãe, mas depois já não queria muito engravidar, ela não sabia se queria ser mãe, porque tinha medo de atravessar pelas dificuldades da gravidez, e não sabia se era capaz de ter a paciência amor e a atenção para criar um recém-nascido, mesmo eu estando disposto a apoiá-la e a ajudá-la em tudo, como sempre estive presente, o sonho dela era adotar uma criança primeiro.

Começaram a surgir cada vez mais discussões por tudo, e por nada. Discussões e problemas que nem sequer eram geradas por nós (problemas de casal), mas sim por problemas externos (da família dela, e com o tempo virou-se para a minha família) que ela arrastava para dentro do relacionamento e provocava o caos e fazia com que nos desentendêssemos cada vez mais.

Foi agravando, e começou a surgir sempre uma desculpa para adiar a ideia de construir uma família da parte dela.

Ela sentia-se sempre vitimizada e começou a guardar mágoas e rancores contra a família dela, contra a própria mãe, o que, por sua vez, acabou por recair sobre mim e contra a minha família. Sentia-se muito magoada pelas as nossas constantes discussões e pela falta de entendimento entre nós. Os problemas não eram problemas, mas na cabeça dela sim. Eram discussões que transformavam-se no fim do mundo. As nossas famílias sempre nos apoiaram em tudo aos dois, sem nada contra ela ou eu. E vive constantemente presa aos problemas do passado, não era capaz de perdoar e seguir em frente com a vida.

Afastamos-nos e terminamos, e acabamos por voltar várias vezes, já perdi a conta, mas eu sentia que tinha de me esforçar mais do que ela.

Comecei a sentir uma espécie de “necessidade” de me esforçar a fazer sempre mais por ela, de lhe ajudar a ela, à família dela, de a apoiar, em casa, a necessidade de lhe dar cada vez mais atenção, e por mais que eu fizesse, tudo, nunca era o suficiente, para que voltássemos a estar bem e estáveis como casal.

Ela começou a envolver-se demasiado e a tentar controlar as minhas relações com a minha família, a forma como eu deveria ser para eles e como eles deveriam ser comigo.

Ela não se sentia confortável em eu ser eu próprio e ajudar a minha família.

Comecei a sentir um grande desgaste emocional, e a ter problemas de ansiedade. Ela chegou ao ponto de me dizer que não queria ter um filho nosso, pois tinha medo de que eu desse mais atenção à criança e que esta se tornasse a minha prioridade.

Após quase 9 anos de relacionamento, tivemos uns meses a dar um tempo para as coisas acalmarem. Ela perdeu bastante peso ao longo dos anos, chegando aos 45-46 kg. Durante esse tempo, ela ficou na nossa casa, eu é que saí. Ela dizia-me que o tempo estava a fazer-lhe bem e que se sentia bem sozinha, mas quando eu sugeria que terminássemos, ela dizia que não conseguia porque me amava demasiado.

Decidi terminar o relacionamento definitivamente porque percebi que só eu é que tinha de mudar, depois de me ter moldado a ela de todas as formas possíveis. Para nada, ela dependia de mim para me sugar toda a minha energia emocional. Se eu não me tivesse libertado, ainda hoje estaríamos a “viver” assim. Por isso, quem se identificar com este tipo de situações, não se deixem consumir, pois para além de se matarem, vão acabar como eu, completamente devastado e esgotado.

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